O Shophar e a Voz do Deus Eterno

O Avivamento e a Voz de Deus
Um instrumento que tem sido ressuscitado no meio do povo de Deus, nestes dias é o “SHOPHAR”, um chifre de carneiro, que tem sido quase que um símbolo do presente mover do Espírito Santo. Creio que a compreensão do sentido escriturístico e espiritual do “SHOPHAR” vai conduzir a Igreja a usá-lo com discernimento e sabedoria. O pastor Osmar Luiz, de Goiânia, escreveu sobre o “Shophar”, assim: “O termo shophar é traduzido em nossas versões bíblicas como buzina ou trombeta, mas com certeza o significado é mais profundo. Analisaremos esta palavra em alguns contextos básicos.
O Shophar é a Voz de YAHWEH
A palavra ocorre pela primeira vez em Êxodo 19:16: “Ao terceiro dia, ao amanhecer, houve trovões, relâmpagos, e uma nuvem espessa sobre o monte; e ouviu-se um sonido de buzina mui forte, de maneira que todo o povo que estava no arraial se estremeceu”.
A palavra sonido em hebraico é qol, que significa voz. A palavra buzina ou trombeta é shophar. Está escrito em Êxodo 19:19: “E crescendo o sonido (qol) da buzina (shophar) cada vez mais, Moisés falava, e Deus lhe respondia por uma voz (qol)”. Em Êxodo 20:18 está escrito: “Ora, todo o povo presenciava os trovões, e os relâmpagos, e o sonido da buzina e o monte a fumegar, e o povo vendo isto, estremeceu e pôs-se de longe”. Isto mostra que o shophar “fala” ou ele representa a “voz” de alguém.
Logicamente o shophar é a voz de Yahweh. O shophar é tocado e a voz de Yahweh é ouvida. Nesta atmosfera extraordinária há manifestações especiais, Moisés recebe os mandamentos, as diversas leis hebraicas e a planta do Tabernáculo. Neste contexto o shophar trouxe à existência a Palavra de Deus, ele é a voz de Yahweh.
Apocalipse 1:10-11: “Eu fui arrebatado em espírito no dia do Senhor, e eu vi detrás de mim uma grande voz, como de trombeta, que dizia: o que vês, escreve-o num livro, e envia-os às sete igrejas que estão na Ásia: a Éfeso, a Esmirna, a Pérgamo, a Tiatira, a Sardes, a Filadélfia e a Laodicéia”. Apocalipse 4:1: “Depois destas coisas olhei, e vi que estava numa porta aberta no céu, e a primeira voz que ouvi, como que som de trombeta falando comigo, disse: sobe para aqui e te mostrei as coisas que depois destas devem acontecer”. O termo shophar surge também no final da Bíblia como a voz de Deus dando os comandos à igreja e revelando o futuro da igreja, da humanidade, dos seres espirituais, a história final. O apóstolo João recebe a ordem de registrar tudo. Ele não tem dúvida de que aquela voz, o shophar, era a voz de Deus, conclamando e conduzindo a sua vida e a igreja de Yeshua Hamashiah.
O Shophar Anuncia o Ano do Jubileu
Em Levítico 25:9-10, o toque do shophar anuncia o ano do jubileu. Ele traz à existência um ano todo de remissão, perdão, restituição e restauração social, familiar e humana (pessoal). Inicia-se no dia da expiação, Yom Kippur, quando o povo judeu começa a orar, a reconciliar, a pedir perdão e a liberar perdão. Neste processo de arrependimento, de quebrantamento e contrição, de perdão sem restrições, de liberação no reino físico e espiritual, e que soa o shophar, trazendo vida nova e uma geração nova.
O Shophar Rompe com as Fortalezas
É inacreditável que o tocar simples de uma trombeta ou buzinas, ocasione algo tremendo no mundo físico. Isto aconteceu com Josué, em Jericó. Havia ali uma fortaleza intransponível, inconquistável e invencível. Deus envia Seu povo e dá uma ordem: “Sete sacerdotes levarão sete trombetas de chifre de carneiros adiante da arca; e no sétimo dia rodeareis a cidade sete vezes e os sacerdotes tocarão as trombetas” (Josué 6:4). Josué obedeceu às estratégias e logísticas divina. Organizou os sacerdotes, o exército e o povo marcharam para vencer (Js 6:6,9,13). Cumpridas as exigências a fortaleza de Jericó ruiu em frente ao povo. Incrível, mas o efeito do toque do shophar e a obediência resultaram na conquista da cidade. Voz do shophar e a voz do povo levaram à conquista: “Gritou, pois o povo, e os sacerdotes tocaram as trombetas; ouvindo o povo o sonido da trombeta, deu um grande brado, e o muro caiu rente ao chão, e o povo subiu à cidade, cada qual para o lugar que lhe ficava defronte, e tomaram a cidade” (Js 6:20).
O Shophar e a Guerra
Em Juízes 3:27, o juiz Eúde convoca os filhos de Israel para a guerra ouvindo o toque do shophar. O toque do shophar nas montanhas de Efraim convocou os valentes para sacudir o jugo moabita que oprimia o povo de Deus. Foi a retomada da terra que estava usurpada pelo inimigo. É interessante também observar o acontecido com Gideão: “Mas o Espírito do Senhor apoderou-se de Gideão; e tocando ele a trombeta, os abiezritas se ajuntaram após ele” (Jz 6:34).
Gideão, tomado pelo Espírito, toca a trombeta e convoca o povo para a vitória sobre os invasores midianitas. Os trezentos escolhidos por Gideão dos que se apresentaram para a guerra, possuíam o seu próprio shophar e com ele proclamavam, convocavam, profetizavam e anunciavam os feitos do Senhor, eram a boca de Yahweh. A logística usada por Gideão, três grupos de cem homens e a estratégia foi tocar as trombetas. Que tremendo! “Quando eu tocar a trombeta, eu e todos os que comigo estiverem, tocai também vós, as trombetas ao redor de todo o arraial, e dizei: pelo Senhor e por Gideão!” (Jz 7:18).
Trezentos homens armados de shophares venceram os inimigos (Jz 7:19-22). Essa voz de Yahweh é poderosa e majestosa (Sl 29:3-9). Essa voz chama-nos para a conquista de cidades fortificadas (Jz 4:5). Ouça a voz que chama para a batalha e mexe com o nosso interior como fez com o profeta Jeremias: “Ah, entranhas minhas, entranhas minhas! Eu me torço em dores! Paredes do meu coração! O meu coração se aflige em mim. Não posso calar, porque tu, ó minha alma, ouviste o som da trombeta e o alarido da guerra”. “Até quando verei o estandarte (bandeira tremulando) e ouvirei a voz da trombeta” (Jr 4:19,21).
Jeremias sente mover suas entranhas, sente dores, dores de parto, de guerrear, de vencer, como as de Paulo (Gl 4:19). Paredes do coração, o profeta sente taquicardia, o bater descompassado da aflição. O profeta diz: Não posso calar, tenho que falar. Ele ouve a convocação da trombeta, a voz de Yahweh, e já vê as bandeiras do seu povo tremulando e o chamado para a guerra, guerra do Senhor. Somos conquistadores, estamos em guerra, ouça o shophar, Yahweh Tsabaoth, o Senhor dos Exércitos que está conosco nos chama para a batalha (Sl 46:7,11).
O Shophar e o Juízo
Oséias 8:1 – “Põe a trombeta à tua boca. Ele vem como águia contra a casa do Senhor; porque eles transgrediram o meu pacto, e se rebelaram contra a minha lei”.
Isaías 58:1 – “Clama em alta voz, não te detenhas, levanta a tua voz como a trombeta e anuncia ao meu povo a sua transgressão, e à casa de Jacó os seus pecados”.
Aqui a voz é comparada ao shophar para anunciar o juízo e o pecado do povo de Deus. O profeta Jeremias também alerta o povo acerca do juízo: “Fugi para segurança vossa, filhos de Benjamim, do meio de Jerusalém! Tocai a buzina em Tecoa…”. “Também pus atalaias sobre vós, dizendo: estais atentos à voz da buzina. Mas disseram: não escutaremos” (Jr 6:1; 17).
Ás vezes o povo pensa e age de modo errado. Volta à antiga vida, à lama do passado, ao antigo senhorio (satanás), rejeita o que Deus dá como herança. “Mas se vós disserdes: não habitaremos nesta terra; não obedecendo à voz do Senhor vosso Deus, e dizendo: não, antes iremos para a terra do Egito, onde não veremos a guerra, nem ouviremos o som de trombetas, nem teremos fome de pão e ali habitaremos” (Jr 42:13-14). O povo demonstra cansaço, fadiga, desânimo, desistência e frustração. O povo abre mão de Deus, o Senhor. Achavam que o Egito era melhor e mais seguro. – Esqueciam-se que o Egito é o lugar de escravidão, trabalho árduo, de opressão, dor, angústia e morte. Não queriam ouvir a trombeta, a voz de Deus. A maldição os alcançou.
O Shophar e o dia do Senhor
Joel 2:1 – “Tocai a trombeta em Sião e dai o alarme no meu santo monte, tremam todos os moradores da terra, porque vem vindo o dia do Senhor; já está perto”. O shophar anuncia o dia do Senhor. Deus disse que o shophar será tocado no santo monte, é um alarme, tenham atenção. Amós 3:6 – “Tocar-se-á a trombeta na cidade, e povo não estremecerá? Sucederá qualquer mal à cidade, sem que o Senhor o tenha feito?”
Este é o toque que anuncia o juízo final. O dia do Senhor será terrível para o homem e vem acompanhado de sinais terríveis. Dia de pasmo, de angústia, de dor, de sangue, etc. Sofonias 1:16-17 diz: “Dia de trombeta e alarido contra as cidades fortificadas e contra as torres altas (World Trade Center, mera coincidência?). E angustiarei os homens, e eles andarão como cegos, porque pecaram contra o Senhor; e o seu sangue se derramará como pó e a sua carne como esterco”. O próprio Deus fará soar sua voz como shophar: “O SENHOR será visto sobre os filhos de Sião, e as suas flechas sairão como o relâmpago; o SENHOR Deus fará soar a trombeta e irá com os redemoinhos do Sul (Zc 9:14). Em Apocalipse, a partir do capítulo 8:6, vemos a extensão total do juízo de Deus à medida que os anjos tocam os shophares e a conseqüência do grande e terrível dia do Senhor.
O Shophar e a Vinda de Cristo
Para o Apóstolo Paulo, várias são as trombetas que soarão convocando os crentes para as mais diversas tarefas. Ao soar da última trombeta acontecerá a ressurreição dos mortos e o arrebatamento da igreja que encontrar-se-ão com Cristo: “Eis que vos digo um mistério: na verdade nem todos dormiremos, mas seremos todos transformados, num abrir e fechar de olhos, ante a última trombeta; porque a trombeta soará e os mortos ressuscitarão incorruptíveis, e nós seremos transformados” (I Co 15:51-52).
“Dizemo-nos, pois, isto pela palavra do Senhor, que nós, os que ficarmos vivos para a vinda do Senhor, não precederemos aos que dormem. Porque o mesmo Senhor descerá do céu com um alarido, e com voz de arcanjo, e com a trombeta de Deus; e os que morreram em Cristo ressuscitarão primeiro, depois nós, os que ficarmos vivos, seremos arrebatados juntamente com eles nas nuvens, a encontrar com o Senhor nos ares, e assim estaremos sempre com o Senhor” (I Ts 4:15-17). Aleluia!!!
O Shophar e Outras Relações
– Regula as viagens dos filhos de Israel (Nm 10:10 e Sl 81:13).
– Convoca assembléias (Nm 10:2,3,7).
– Acompanha os sacrifícios em dias festivos, cerimoniais e procissões religiosas (Nm 10:10; I Cr 13:8; 15:24,28; II Cr. 5:13; 15:14).
– Reunir o povo para guerra (Jz 3:27).
– Proclamam reis (II Rs 9:13; 11:14).
– Usados nos cultos (II Cr 5:12-13; 7:6).
– Dar alarma em casos de perigo (Ez 33:2-6).
– Chamar o povo ao arrependimento e ao Jejum (Jl 2:15).
– Usadas na adoração no templo, quando tocadas, os sacerdotes não conseguiram ficar em pé e caíram com o poder e a gloria de Deus (II Cr 5:13,14 versão revisada).
– A Festa das trombetas era celebrada pelo toque delas (Lv 23:24), este era um momento de grande alegria entre o povo de Deus, principalmente para nós hoje, pois este dia era o dia de Pentecostes, o dia do derramamento do Espírito Santo sobre os discípulos (At 2).
Milagres Ligados ao Toque do Shophar
– Js. 6:20 – A queda das muralhas de Jericó.
– Ex. 19:16 20:18 – Ouvidas no monte Sinai quando Moisés recebia as tábuas da Lei.
– Jz. 7:16 a 22 – Produziu confusão no acampamento dos inimigos, e eles começaram a ferir uns aos outros, de maneira que os trezentos homens de Gideão venceram a batalha.
Seu Sonido Ilustra
Não somente ilustra a voz do eterno Deus, como no monte Sinai com Moisés Ex. 19:16. Mas também ilustra o poder de Deus em ressuscitar aos mortos I Ts. 4:16. Também a pregação ousada dos ministros de Deus, chamando o povo ao arrependimento e entrega de vida ao Senhor (Is 58:1 Os 8:1 e Jl 2:1). E também os julgamentos do último dia (Ap 8:2-13).
O Som do Shophar, a Prece Sem Palavras
O shophar está sendo tocado para levar o povo ao arrependimento, à adoração, como ato profético nas marchas de conquista, e na celebração ao nosso Senhor. Do ponto mais profundo de seu íntimo, os homens liberam um choro primitivo e o shophar é o instrumento que o expressa. E a mensagem é sempre a mesma: “Pai: Estamos com saudades, queremos voltar para casa”.
O shophar é feito de um chifre de animal, geralmente de carneiro, e tocado como uma trombeta. Pode ser feito de qualquer chifre de animal casher, exceto a vaca. São usados também chifres de antílope. O shophar não possui bocal e exige muito treino para ser tocado. As festas judaicas eram anunciadas ao som do shophar, como por exemplo, a Festa do Grande Perdão (Yom Kipur).
Resumindo
Deus mandou seu povo fazer uma trombeta, chamada Shophar e colocou este Shophar nas mãos dos sacerdotes, que ficavam a porta do tabernáculo e do templo, para chamar o povo de Deus a se reunir e a se quebrantar na presença do Senhor para confessar o seu pecado e a celebrar pelas festas o Senhor no meio deles e também se arregimentar para a guerra e convocar o exercito do Senhor sobre a nação de Israel. E nestes dias, Deus esta chamando seu exercito de adoradores, para adora-lo em espírito e em verdade, para a conquista final.
Tenham ouvidos atentos ao som do shophar de Yahweh, pois ele tem uma mensagem para você. O seu som é inteligível: ouça, entenda e responda positivamente ao Senhor, Ele o convoca (I Co 14:8). Ao ler este ensino deixe seu coração aberto para que o Senhor esteja sempre sensível ao toque da “trombeta” para as convocações e desafios em sua vida.
Autor: Pr. Osmar Luiz; Pr. Edson Valentim; Ap. Márcio Valadão e Pr. Vanelli
http://www.apalavravirtual.com.br/news/o-shophar-e-a-voz-do-deus-eterno/

Os Apóstolos viveram e serviram dentro do mundo dos milagres

Não consigo ler o livro de Atos sem me sentir muito envergonhado! Os apóstolos viveram e serviram dentro do mundo dos milagres. Mesmo leigos como Estevão e Filipe, homens que serviam às mesas, eram poderosos no Espírito Santo, e operavam milagres agitando cidades inteiras. Quem consegue ler o livro de Atos sem temor e sem se maravilhar em face dos milagres que Deus operava por eles, e entre eles? Anjos lhes apareciam, soltavam as correntes e os conduziam para fora de prisões de alta segurança. Tinham visões poderosas, claras e detalhadas. Pedro era tão cheio do Espírito Santo que enfermos eram trazidos às ruas sobre leitos e macas, para que sua sombra caísse sobre eles e fossem curados (Atos 5:15). Aleijados eram curados e saltavam pelo templo; e há registro de milagres especiais: “E Deus, pelas mãos de Paulo, fez milagres extraordinários. De sorte que até lenços e aventais eram levados do seu corpo aos enfermos, e as enfermidades os deixavam e os espíritos malignos saíam” (Atos 19:11-12).

Por que não vivemos hoje dentro desta esfera de milagres? Onde está nos dias de hoje o poder apostólico de Jesus Cristo? Não estou falando dos cultos de libertação e dos “astros” evangelistas que fazem curas. Estou falando de um modo de vida milagroso para todo crente verdadeiro. Deus não mudou; nós mudamos. O mesmo Senhor está conosco – temos as mesmas promessas e Deus está mais do que desejoso de cumpri-las de novo. Mas, lamentavelmente, há hoje a idéia de que não necessitamos de milagres. Dizem: “Nossa geração tem uma revelação maior; recebe mais educação, tem mais conhecimento. Não devemos esperar que o Senhor realize as mesmas coisas hoje, visto que aquilo era necessário apenas para estabelecer a igreja.”

Minha resposta à esta alegação é que se o milagre foi necessário para estabelecer a igreja, ele é ainda mais necessário no encerramento da era da igreja! Os homens maus pioraram, e o pecado aumenta cada vez mais. Os corruptores crescem em número, e a violência foge ao controle; o inferno alargou suas fronteiras. Satanás desceu com grande ira. À medida que doutrinas de demônios invadem como dilúvio, a apostasia piora.

Vivemos a grande derrocada. Satanás tem seus próprios anjos que fingem ser grandes evangelistas e mestres. O aborto cobriu a terra de culpa pelo sangue. Pais maltratam os próprios filhos – até bebês sofrem abuso. Nossa juventude está fora de controle com cocaína, “crack” e o álcool se espalhando pelas escolas, devastando e matando, transformando adolescentes em enfermos, ladrões enlouquecidos e criminosos. Novas doenças como AIDS e herpes disseminam a morte mundo afora.

Necessitamos mais de Jesus – mais de Seu poder salvador, curador, mais de milagres do que qualquer geração passada! Os apóstolos sabiam o preço destes atos milagrosos e avidamente pagavam por ele, mas nossa geração não está disposta a pagá-lo.

Deus Respondia de Modo Milagroso a Eles Porque Oravam Sem Cessar
O livro de Atos é o registro de homens e mulheres santos buscando a face do Senhor. Do princípio ao fim, conta como as orações moviam a Deus; quer no cenáculo, na prisão, em alguma casa secreta escondendo-se das autoridades, quer na casa de Simão, numa rua chamada Direita – eles oravam! Oravam de manhã e, às vezes, a noite toda – oravam sem cessar. Cornélio orava sempre. Pedro orava sobre os telhados, nos eirados. Na praia, no templo ou no deserto, eles invocavam o Senhor continuamente. Passavam horas e dias trancados com Deus, até que recebessem orientação amorosa, detalhada. Que detalhes Deus dava!

Ananias, que vivia dentro da esfera dos milagres, era um homem de Deus dado à oração. “Havia em Damasco um discípulo chamado Ananias. Disse-lhe o Senhor, em uma visão: Ananias! Ele respondeu: Eis-me aqui, Senhor. Disse-lhe o Senhor: Levanta-te, e vai à rua chamada Direita, e pergunta em casa de Judas por um homem de Tarso chamado Saulo, pois ele está orando. Numa visão ele viu que entrava um homem chamado Ananias, e punha sobre ele a mão, para que tornasse a ver” (Atos 9: 10-12).

Ouça as instruções pormenorizadas que Deus lhe deu: “Vai!” Ele indicou com precisão a casa, deu o nome do proprietário, indicou o homem por quem devia orar! Depois Deus disse: “Ele sabe que você está vindo. Sabe até seu nome. E sabe o que você fará quando entrar no quarto onde ele está, porque eu lhe disse tudo!” Por que o Senhor contou a este recém-convertido detalhes tão íntimos? Porque “ele está orando.” Durante três dias Saulo jejuou e orou. Não era “Senhor, que podes Tu fazer por mim?” Mas, pelo contrário, “Senhor, que queres que eu faça?” A visão de Jesus consumia-o de tal modo que ele de pronto abandonou tudo ali mesmo, e se fez escravo do Senhor daquele momento em diante.

Tivesse Saulo sido salvo em nosso tempo, ele teria sido sugado para o nosso mundo de agitos com uma “blitz” da mídia, um livro sucesso de livraria, e convites para dar seu testemunho à igrejas por toda a parte.

Por que hoje tantos são salvos de modo miraculoso, exatamente como Saulo, mas diferente dele, logo mais estão vivendo em confusão não sabendo o que fazer? Deus disse a Saulo: “Agora levanta-te, e entra na cidade. Lá te será dito o que te convém fazer” (Atos 9:6). Deus estava dizendo: “Vá orar! Vá buscar a minha face e aprender a esperar em mim! Mostre-me que deseja mais de mim!” Não vieram instruções, não veio visão, enquanto não passou três dias em oração. Mas que coisa poderosa e milagrosa aconteceu durante a oração: Saulo veio a conhecer a voz de Deus, e a aprender a depender da Sua orientação. Embora apenas recém-nascido como cristão, ele já estava sendo claramente guiado por Deus. Saulo não necessitava de conselheiro ou de profeta para lhe mostrar o que fazer; não precisava de ninguém para lhe dar uma palavra de conhecimento, porque o Senhor lhe disse: “eu lhe mostrarei” (Atos 9:16).

Posso imaginar um pregador fundamentalista vindo para ver Saulo antes de Ananias chegar: ele o vê no chão, chorando, clamando: “Jesus, revela-Te em mim, não apenas para mim.” O fundamentalista diria: “Irmão Saulo, você foi salvo de forma maravilhosa. Que mais você quer? Receba isso pela fé. Você está prestes a se tornar um fanático! Não sabe que as almas estão morrendo lá fora? Deus lhe chamou para evangelizar. Testemunhar é vontade de Deus, por isso vá depressa e ganhe o mundo para Jesus!” Saulo responde: “Irmão, não me moverei! Desculpe-me, por favor, mas estou esperando um homem chamado Ananias. Você é Ananias?” O fundamentalista fica impaciente. “Você está louco? Quem lhe disse que um homem assim assim está vindo? Quem disse que ele vai entrar aqui, impor as mãos e curar sua vista?” Saulo responde: “O Senhor me disse numa visão! Sei o nome do homem, e sei o que ele fará. Sei que serei curado.”

Neste mesmo cenário, entraria um mestre carismático da prosperidade, e do sucesso. “Irmão Saulo, trouxe-lhe um exemplar autografado do meu último livro, ‘Direitos da Aliança’. Estou aqui para dizer-lhe que Deus deseja que o novo Saulo prospere e goze sempre de boa saúde. Se aprender meus segredos para o sucesso e prosperidade, você não terá de chorar e sofrer como vem fazendo nestes últimos dias. Reivindique seus direitos! Você só precisa de fé! Você só precisa pedir!” A isto Saulo responde: “Lamento, irmão! O Senhor está me mostrando muitas coisas que devo sofrer por causa do Seu nome. Estou à espera de Ananias. Não posso reivindicar nada, fazer nada, ir à parte alguma até que ele venha e imponha suas mãos sobre mim. Deus me dirá o que fazer a seguir.” O mestre responderia: “Mas você não passa de um bebê em Jesus! Tenho caminhado com Ele há muito tempo, e tenho conhecimento de revelação. Deixe que eu lhe ensine!” A resposta simples de Saulo é: “Eu só sei é que Ele me apareceu e conversou comigo!”

Depois vem o caso de Pedro, orando no eirado. À quase cinqüenta quilômetros de distância, em Cesaréia, Cornélio está “sempre” orando.

“Havia em Cesaréia um homem por nome Cornélio, centurião da corte chamada italiana, piedoso e temente a Deus com toda a sua casa, o qual fazia muitas esmolas ao povo, e de contínuo orava a Deus. Este, quase à hora nona, viu claramente, numa visão, um anjo de Deus, que se dirigia a ele, e dizia: Cornélio! Cornélio, fixando nele os olhos, e muito atemorizado, perguntou: Que é, Senhor? Respondeu-lhe o anjo: As tuas orações e as tuas esmolas têm subido para memória diante de Deus. Agora envia homens a Jope, e manda chamar a Simão, que tem por sobrenome Pedro. Este está com um Simão curtidor, que tem sua casa junto ao mar. Ele te dirá o que deves fazer” (Atos 10:1-6).

De novo, instruções pormenorizadas! A cidade era Jope; a casa era a de Simão; e o homem que tem a resposta era Pedro.

Neste ínterim, “subiu Pedro ao terraço para orar, quase à hora sexta” (Atos 10:9). “Sobreveio-lhe um arrebatamento” (Atos 10:10), o que significa que teve uma visão. “Pensando Pedro naquela visão, disse-lhe o Espírito: Simão, três homens te procuram…vai com eles…porque eu os enviei” (Atos 10:19,20). Pedro vai à casa de Cornélio e encontra um homem orando, que lhe fala da visita de anjos, dando-lhe orientação sobrenatural.

“Respondeu Cornélio: Há quatro dias estava eu em jejum até esta hora, orando em minha casa à hora nona. De repente diante de mim se apresentou um homem com vestes resplandescentes, e disse: Cornélio, a tua oração foi ouvida, e as tuas esmolas estão em memória diante de Deus. Envia a Jope, e manda chamar a Simão, que tem por sobrenome Pedro. Este está em casa de Simão, o curtidor, junto ao mar. Imediatamente mandei chamar-te, e bem fizeste em vir. Agora estamos todos presentes diante de Deus, para ouvir tudo o que te foi ordenado pelo Senhor” (Atos 10:30-33).

O Espírito Santo é tão específico que dá ambos os nomes: “chamar Simão, que tem por sobrenome Pedro” (v. 32). Para ter certeza que Cornélio chamaria o homem certo (visto que Pedro estava hospedado na casa de outro homem chamado Simão), Deus lhe disse que o nome era Simão Pedro!

Por todo o livro de Atos lemos estas palavras: “Deus lhes disse”, “o Senhor falou”, “o Espírito Santo declarou”, “o anjo respondeu”. O céu não estava fechado. Eles tinham a clara mente do Senhor; nada havia de “nebuloso”, ou revestido de subterfúgios com relação a que ouviam. Era muito prático, muito pormenorizado, e muito claro. Mas a palavra do céu vinha só depois de muita oração, após fechar-se a sós com Deus em secreto.

“Na igreja de Antioquia havia alguns profetas e mestres, a saber: Barnabé e Simeão, chamado Níger, Lúcio de Cirene, Manaém, que fora criado com Herodes, o tetrarca, e Saulo. Servindo eles ao Senhor, e jejuando, disse o Espírito Santo: Apartai-me a Barnabé e a Saulo para a obra a que os tenho chamado. Então, depois de jejuarem e orarem, puseram sobre eles as mãos, e os despediram. Assim estes, enviados pelo Espírito Santo, desceram a Selêucia, e dali navegaram para Chipre” (Atos 13:1-4).

Eles jejuaram e oraram até que viesse a palavra; e então jejuaram e oraram de novo antes de enviá-los!

Mais tarde Paulo se levanta diante da multidão furiosa de judeus em Jerusalém, e narra sua história milagrosa:

“Como eu não via, por causa do esplendor daquela luz, fui guiado pela mão dos que estavam comigo, e cheguei a Damasco. Certo Ananias, homem piedoso conforme a lei, que tinha bom testemunho de todos os judeus que ali moravam veio ter comigo, e apresentou-se, dizendo: Saulo, irmão, recobra a vista. Naquela mesma hora o vi. Disse ele: O Deus de nossos pais de antemão te designou para conheceres a sua vontade, e ver o Justo, e ouvir a voz da sua boca. Hás de ser testemunha para com todos os homens, do que tens visto e ouvido” (Atos 22: 11-15).

Paulo deixou muito claro que se tratava mais do que uma simples conversão miraculosa – devia se tornar um estilo de vida.

Havia três coisas que Deus desejava para Paulo: que ele conhecesse a Sua vontade, que tivesse uma visão de Cristo, e que ouvisse Sua voz de Sua própria boca (significando que fôra uma realidade pessoal, e não por ouvir dizer).

O Povo de Deus Poderia Receber DEle a Mesma Palavra Clara Se Buscasse com a Mesma Intensidade a Sua Face em Oração
Os cristãos raramente oram hoje, porque foram ensinados a “aceitar tudo pela fé”. Pregamos a fé aqui na igreja de Times Square, mas não excluímos a oração. Ensinamos a obediência, o arrependimento, a Palavra, a fé e a oração! Há os que dizem: “Por que orar? Por que pleitear de Deus quando Ele já prometeu? Se Ele sabe do que necessitamos antes de pedirmos, por que continuar pedindo?” Alguns chegam a ensinar: “Se você pede quando Ele já prometeu, é incredulidade. Simplesmente reivindique a promessa e depois descanse; não há necessidade de pedi-la em oração.”

Abraão tinha a promessa segura de tornar-se uma poderosa nação; Deus já lhe tinha prometido isto. “Toda esta terra que vês, hei de dar a ti…Farei a tua descendência como o pó da terra” (Gênesis 13:15,16). Deus havia prometido abençoar aos que o abençoassem e amaldiçoar aos que o amaldiçoassem. Abraão tinha muita fé, tanta que Deus lha atribuiu para justiça: “Creu Abrão no Senhor, e isso lhe foi imputado para justiça” (Gênesis 15:6). Aqui está um homem de Deus, firme nas promessas do Senhor e cheio de fé; não obstante ele corria ao altar repetidas vezes para orar. “Dali passou para o monte ao oriente de Betel…ali edificou um altar ao Senhor, e invocou o nome do Senhor” (Gênesis 12:8).

De novo, depois de subir do Egito, passada a fome, diz a Bíblia: “Subiu, pois, Abrão do Egito…Era Abrão muito rico em gado, em prata e em ouro. Fez suas jornadas do Neguebe até Betel…até o lugar do altar…Ali invocou Abrão o nome do Senhor” (Gênesis 13:1-4). Vemos, pois, que nem a sua fé nem as promessas de Deus substituíram a oração.

Moisés, também, dava mais valor à sua intimidade com Deus do que à qualquer bênção. Olhe para ele em pé no cimo do monte com os braços levantados para Deus, sustentados por Arão e Hur, um de cada lado! Deus já havia prometido que os amalequitas seriam derrotados e Israel tinha a promessa da vitória. Não obstante, Moisés sobe ao monte para invocar a Deus com as mãos levantadas: “Edificou Moisés um altar, e lhe chamou: O Senhor é a minha bandeira” (Êxodo 17:15).

Somos ateus neste assunto de oração, quando comparados com a igreja primitiva. Muitos hoje consideram a oração secreta como tarefa árdua e enfadonha. Por isso a executam só de quando em quando – e na maioria das vezes envergonhados por fazê-lo. Pode você imaginar um marido e a esposa vivendo na mesma casa, raramente falando um com o outro; mas em público, ela fala com ele como se fossem íntimos? Quando conversa com ele dentro do lar, mostra-se enfarada, desvia os olhos para outro lugar, depois o negligencia dias seguidos. É deste modo que alguns tratam nosso bendito Senhor! Oração, a oração em secreto, é a mais poderosa arma que Deus deu a Seu povo; contudo, é desdenhada, negligenciada, e raramente usada.

Deus está ansioso para nos mostrar que também temos poder na oração. Ele nos dá este glorioso lembrete em Tiago 5:16-18:

“Portanto, confessai os vossos pecados uns aos outros, e orai uns pelos outros, para serdes curados. A oração de um justo é poderosa e eficaz. Elias era homem sujeito às mesmas paixões que nós, e orou com fervor para que não chovesse, e durante três anos e seis meses não choveu sobre a terra. E orou outra vez e o céu deu chuva, e a terra produziu o seu fruto.”

Elias era humano e atingido pelas mesmas coisas que nós somos: estava sujeito aos mesmos temores, anseios, esperanças, desesperos, e necessidades – entretanto suas orações alcançaram resultados! Deus está nos mostrando o que fazer em cada crise. Correr para Ele! Tornar-se fervoroso! Orar com portas abertas e portas fechadas! Elias orou fervorosamente, continuou orando e esperando até que o Senhor respondeu. Sete vezes mandou seu servo perscrutar o horizonte em busca de apenas um pequeno sinal.

Hoje, depois de uma ou duas sessões, desistimos e nos iramos com Deus. Dizemos: “Para mim não funciona. Orei e meu marido e eu continuamos com problemas, e ainda não consegui o que queria.” É óbvio que as pessoas deixam de orar porque acham que a oração não funciona. Não sabem o que significa perseverar na oração – voltar como Elias vez após vez com a cabeça até o chão. A isto se chama “trancar-se com Deus”. No Antigo Testamento dá-se o nome de “lutar com Deus”. A oração de Jacó era: “Não te deixarei ir, se me não abençoares” (Gênesis 32:26). A espera, as demoras, têm um propósito: amoldarmo-nos a Cristo. Não conseguiremos passar muito tempo em Sua presença sem que venhamos a conhecê-Lo. Quanto mais tempo demora a resposta e mais você insiste em oração, tanto mais importante Cristo se torna e tanto menos importante se torna a resposta. De um jeito ou de outro, você sai ganhando!

Deus Vai Chamar Um Povo Remanescente Para Ficar a Sós com Ele.
Os profetas predisseram que nos últimos dias, quando as calamidades viessem, Deus chamaria um remanescente para fechar-se com Ele. Daniel entendeu que relógio do tempo divino era para sua época, pois havia estudado os profetas do passado. “Eu, Daniel, entendi pelos livros, que o número de anos, de que falou o Senhor ao profeta Jeremias, era de setenta anos. Dirigi o meu rosto ao Senhor Deus, para o buscar com oração e rogos, com jejum, pano de saco e cinza” (Daniel 9:2-3). Estudando o profeta Jeremias, Daniel descobriu que os setenta anos de exílio estavam prestes a terminar. Diz Jeremias 29:10,11: “Assim diz o Senhor: Certamente que passados setenta anos em Babilônia, atentarei para vós, e cumprirei sobre vós a minha boa palavra, tornando-vos a trazer a este lugar. Pois eu sei os planos que tenho para vós, diz o Senhor; planos de paz, e não de mal, para vos dar uma esperança e um futuro.”

Por que Daniel não se regozijou? Por que não se agarrou à promessa pela fé e descansou? Por que começou a chorar, orar, e jejuar, sentando em pano de saco? Foi porque ele também descobriu uma condição para que toda esta bondade acontecesse. Sim, Deus prometeu libertá-los, fazer-lhes o bem; mas, aí estão os versículos 12-14 do mesmo capítulo: “Então me invocareis, e ireis, e orareis a mim, e eu vos ouvirei. Buscar-me-eis, e me achareis, quando me buscardes de todo o vosso coração. Serei achado de vós, diz o Senhor. e farei voltar os vossos cativos”. O pecado, ou o desinteresse, podem frustrar as promessas de Deus. Daniel descobriu no capítulo 4 de Deuteronômio a advertência de Moisés de que Israel seria disperso por causa do pecado, mas também a promessa de que a nação poderia ser liberta. “Então dali (do cativeiro) buscarás ao Senhor teu Deus, e o acharás, quando o buscares de todo o teu coração e de toda a tua alma” (Deut. 4:29).

Onde Estamos Nós na Profecia ?
Fazendo a mesma busca nos profetas, podemos descobrir onde nos encontramos na profecia. Creio que somos encontrados no capítulo 26 de Isaías e em Deuteronômio 4:29-31. Lemos em Deuteronômio 4:30 e 31: “Quando estiveres em angústia, e todas estas coisas te alcançarem, então nos últimos dias voltarás para o Senhor teu Deus. e ouvirás a sua voz. Pois o Senhor teu Deus é Deus misericordioso, não te desamparará, nem te destruirá, nem se esquecerá da aliança que jurou a teus pais.”

Esses versículos não se destinavam ao tempo de Daniel. Eles são para os últimos dias, para o nosso tempo. No capítulo 26 de Isaías, Deus diz que Sua bondade já demonstrada não produziu arrependimento: “Ainda que se mostre favor ao ímpio, nem por isso aprende a justiça; até na terra da retidão ele pratica a iniqüidade, e não atenta para a majestade do Senhor” (Isaías 26:10).

A nossa nação foi fundada para ser uma terra para os retos. Deus favorece-nos e tem mostrado Sua bondade a fim de levar-nos ao arrependimento. Mas nosso país procede perversamente e não reconhece o poder de Deus, e Sua obra a nosso favor. Por isso Deus vai enviar juízos imediatos: “Com a minha alma te desejo de noite, e com o meu espírito, que está dentro em mim, madrugo a buscar-te. Quando os teus juízos reinam na terra, os moradores do mundo aprendem retidão” (Isaías 26:9). Uma noite de juízo entrou na visão profética de Isaías, e um povo vê esta noite de trevas caindo. Eles se voltam para o Senhor a fim de buscá-Lo com tudo o que neles há.

Deus está suscitando um remanescente em trabalho de parto.

“Como a mulher grávida, quando está próxima a sua hora, tem dores de parto, e dá gritos nas suas dores, assim fomos nós por causa da tua face, ó Senhor! Concebemos nós, e tivemos dores de parto, mas isso não foi senão vento. Livramento não trouxemos à terra, nem nasceram moradores do mundo. Mas os teus mortos viverão; os seus cadáveres ressuscitarão. Despertai e exultai, os que habitais no pó. O teu orvalho, ó Deus, é como o orvalho das ervas; a terra lançará de si os mortos” (Isaías 26:17-19).

Aqui está uma mulher “dando gritos nas suas dores”. Esta mulher é a igreja que sai de dentro de uma igreja! Nos últimos anos houve alguma coisa tentando nascer; houve fortes dores de fome e um clamor de dor espiritual. Você buscava ser liberto, por isso ia daqui para ali buscando livramento, mas só obteve ventos de doutrinas conflitantes! Estava espiritualmente morto ou moribundo. Entretanto seu coração foi despertado e você ressurgiu! Existem centenas de pessoas nesta situação. “Os vossos mortos…viverão.” Você acordou e agora canta um cântico novo. “Teu orvalho, ó Deus, será como o orvalho da vida.” Há glória do Senhor sobre você, como o orvalho do céu, por causa da luz. “Orvalho de vida” se traduz por “nascido de luz sobrenatural”. Deus trouxe para você a luz de Sua gloriosa Palavra. Você está desperto e canta. Você ressuscitou dos mortos com uma nova luz de Sua Palavra a cada dia, como o orvalho.

“Vai, povo meu, entra nos teus quartos, e fecha as tuas portas sobre ti; esconde-te só por um momento, até que passe a ira. Vede, o Senhor sairá do seu lugar, para castigar os moradores da terra por causa da sua iniqüidade. A terra descobrirá o seu sangue; não encobrirá mais aqueles que foram mortos” (Isaías 26:20-21).

Deus nos adverte com antecedência que Sua indignação vai irromper sobre a terra. Indignação aqui significa fúria exasperada, ira incandescente contra o pecado. O Senhor está agora mesmo se agitando à medida que Sua ira se exaspera. Ele vem em Seu cavalo branco e fará uma obra rápida de julgamento (“a terra descobrirá o seu sangue e não encobrirá mais aqueles que foram mortos”). Deus vai abrir o ventre da terra e derramar correntes de sangue – o sangue de crianças inocentes! Cada gota de sangue que as nações assassinas têm derramado é lançada numa poderosa represa, uma represa de sangue inocente, e cada célula viva da corrente de sangue clama por vingança. A terra vomitará de seus túmulos ossos e até os menores membros já não serão escondidos! Cem milhões de crianças chorando, um oceano de sangue derramado!

Quando a economia mundial se espatifa no chão, os que são espirituais ouvem por trás de tudo isto, o chacoalhar desses ossos minúsculos. Quando a lua tornar-se em sangue, ela será um reflexo daquele mar de sangue dos inocentes.

Onde estará o remanescente santo? Fechado com Deus, escondido no lugar secreto de oração! Amados, há um dilúvio que se aproxima: “Então a serpente lançou da sua boca, atrás da mulher, água como um rio, a fim de fazer com que ela fosse arrebatada pela corrente…então o dragão irou-se contra a mulher e foi fazer guerra aos demais filhos dela, os que guardam os mandamentos de Deus e mantêm o testemunho de Jesus” (Apocalipse 12: 15, 17). Há uma guerra contra o remanescente! É um rio de imundícia, concupiscência e tentações. O aparelho de televisão é uma larga comporta escancarada que está levando de roldão milhões de cristãos. Eles são “arrebatados pela corrente”. Isso é guerra, mas não contra a carne e o sangue. Devemos lutar ajoelhados!

Os que não oram, que não estão preparados, não resistirão neste dia de juízo; serão subjugados pelas hordas de demônios! Em Apocalipse 6:17 se faz esta pergunta: “Pois é vindo o grande dia da ira deles, e quem poderá subsistir?” Todo filho de Deus que se fecha com Ele durante a indignação subsistirá.

“Portanto, tomai toda a armadura de Deus, para que possais resistir no dia mau e, havendo feito tudo, ficar firmes” (Efésios 6:13).

“Ora, àquele que é poderoso para vos guardar de tropeçar e apresentar-vos jubilosos e imaculados diante da sua glória” (Judas v. 24).

“Pois ele virá como uma corrente impetuosa, que o sopro do Senhor impele” (Isaías 59:19). Tempos virão em que você será inesperadamente aniquilado. Você estará se aquecendo ao sol, regozijando-se, dando-Lhe graças, quando sem saber como, será esmagado. Poderá ser por seu temperamento porque Satanás provocará você. Poderá ser medo, numa torrente inesperada. Poderá ser uma enfermidade, derrubando-o e roubando-lhe a força. Ou poderá ser uma antiga concupiscência que você detesta e que julgava vencida; você não a buscou, mas lá está ela, como um dilúvio! Poderá ser tristeza ou depressão; você nem mesmo vai saber o que a está causando, mas de repente você é inundado por ela.

Todavia, como Davi podemos dizer:

“Com a minha voz clamo ao Senhor; com a minha voz ao Senhor suplico. Derramo a minha queixa perante a sua face; exponho-lhe a minha angústia. Quando dentro em mim desfalece o meu espírito, és tu quem conheces a minha vereda; no caminho em que eu ando ocultaram-me um laço. Olha para a minha direita, e vê; ninguém há que se interesse por mim. Refúgio me falta; ninguém cuida da minha alma. A ti, ó Senhor, clamo; eu digo: Tu és o meu refúgio, a minha porção na terra dos viventes. Atende ao meu clamor, pois estou muito abatido; livra-me dos meus perseguidores, pois são mais fortes do que eu. Tira a minha alma da prisão, para que eu louve o teu nome. Então os justos me rodearão, por causa da tua bondade para comigo” (Salmo 142).

por: David Wilkerson
Publicado com permissão de:
World Challenge, Inc.
PO Box 260
Lindale, TX 75771
www.worldchallenge.org