Prosperidade

9 Regras Para a Vida Espiritual

“Mas o fruto do Espírito é: amor, alegria, paz, longanimidade, benignidade, bondade, fidelidade, mansidão, domínio próprio” (Gl 5.22-23).

O Espírito Santo é prático, ajuda-nos a viver um discipulado ativo e é a força que faz nosso conhecimento espiritual se expressar em obras concretas. Ele nos transforma no caráter de Cristo, de quem está escrito: “Escrevi o primeiro livro, ó Teófilo, relatando todas as coisas que Jesus começou a fazer e a ensinar” (At 1.1). O Senhor Jesus foi, sem dúvida, o maior e mais influente Mestre que já existiu. Seu ensino consistia em primeiro fazer e depois falar,transmitindo oralmente sua lição: “…Jesus começou a fazer e a ensinar”. Isso impressionava os ouvintes e não ficava sem resultados. Não é um perigo constante para nós saber tanto da Bíblia sem apresentar resultados e sem transformar esse conhecimento em atitudes? Muitas vezes sabemos o que é certo mas não o fazemos. Nossos vizinhos, colegas de trabalho ou estudo, nossos parentes ou nossos filhos olham para nós, vêem o que fazemos e ouvem o que dizemos. Será que as palavras que pronunciamos sublinham o que fazemos, ou nossos atos gritam tão alto que ninguém quer ouvir o que temos a dizer?

Como o fruto do Espírito em Gálatas 5.22 tem nove facetas, Provérbios 3 é uma unidade, mas nos apresenta nove regras bem práticas para nossa conduta cristã.

1. Confie em Deus
“Confia no Senhor de todo o teu coração e não te estribes no teu próprio entendimento” (Pv 3.5). As pessoas ao nosso redor vêem em nós alguém que confia em Deus? Alguém que fala com o Senhor em oração e que lança sobre Ele todos os seus fardos e problemas? Alguém que, como Jó, José ou Daniel, sabe aceitar as situações de crise com atitude de confiança, que não desanima e não deixa sua fé vacilar? Viver uma vida confiante e provar que realmente se confia em Deus causa uma impressão muito mais profunda do que apenas falar em confiança e esperar essa postura dos outros.

“Confia no Senhor de todo o teu coração e não te estribes no teu próprio entendimento” (Pv 3.5).

A razão desempenha um papel importante na vida espiritual e não deveria ser desligada. Às vezes, porém, ela pode interpor-se no caminho se não estiver sob o domínio do Espírito de Jesus. “E a paz de Deus, que excede todo o entendimento, guardará o vosso coração e a vossa mente em Cristo Jesus” (Fp 4.7). “…levando cativo todo pensamento à obediência de Cristo” (2 Co 10.5).

Duvidar do que Deus faz e questionar Sua Palavra não ajudam em nada nosso avanço na fé. Somente quem confia e crê que Deus sabe o que faz e que Ele sempre faz tudo da maneira correta manterá a paz do Senhor em seu coração. O Espírito Santo quer nos assistir na hora de colocar em prática essa confiança irrestrita em Deus.

Alguém disse: “Coisas que nos confundem, situações para as quais não temos nenhuma solução têm um alvo bem definido: são parte do quebra-cabeça da nossa vida. Deus sabe onde se encaixa cada peça. Obviamente gostaríamos de ver o jogo acabado, mas enquanto vivermos ele não estará terminado. É por isso que entendemos tão pouco a Deus. Parece que todos os dias olhamos para o que Suas mãos estão fazendo, mas vemos apenas as partes que Ele move, uma vez que aqui na terra jamais veremos o quebra-cabeça finalizado”. Isso exige confiança!

2. Estabeleça prioridades espirituais
“Reconhece-o em todos os teus caminhos, e ele endireitará as tuas veredas” (Pv 3.6). A palavra “reconhecer” significa que devemos colocar o Senhor acima de tudo, no sentido de: “pense em Deus em tudo o que você fizer”, “deixe que o Senhor sempre seja a motivação para tudo o que você faz”, “busque em primeiro lugar o reino de Deus”. Se buscamos a vontade de Deus em tudo o que fizermos, o Senhor nos permitirá reconhecer Sua direção, ainda que não de imediato.

Em que áreas de nossa vida não queremos ou não deixamos que Deus interfira ou dê Sua opinião? Geralmente essas são as áreas que nos causam os maiores problemas. Se envolvermos o Senhor Jesus em tudo o que fizermos, Ele nos conduzirá de forma a que Sua vontade seja feita, e certamente não sairemos prejudicados em nada.

3. Seja espiritualmente saudável
“Não sejas sábio aos teus próprios olhos; teme ao Senhor e aparta-te do mal; será isto saúde para o teu corpo e refrigério, para os teus ossos” (Pv 3.7-8). “Ler é para o espírito o que a ginástica é para o corpo”, já dizia Joseph Eddison, escritor inglês do século 18. Isso vale ainda mais para a leitura da Bíblia. Ler e estudar a Palavra de Deus fazem para a alma o que o esporte e a ginástica fazem pelo corpo. Já que alma e o corpo estão em uma relação íntima, a saúde espiritual muitas vezes também se reflete no corpo físico. Quando a alma adoece, o corpo adoece também, e vice-versa. O apóstolo João escreve acerca dessa ligação entre corpo e alma: “Amado, acima de tudo, faço votos por tua prosperidade e saúde,assim como é próspera a tua alma” (3 Jo 2).

Na Medicina sabe-se hoje que pressões emocionais como estresse, pecado, raiva, preocupação ou falta de perdão podem causar doenças físicas, e que em sentido inverso, a cura dos conflitos emocionais pode contribuir para a cura do corpo. Isso obviamente não quer dizer que pessoas felizes e espiritualmente saudáveis não fiquem doentes. Outros fatores também desempenham seu papel, como os genes, o ambiente, acidentes, contágio, etc.

Mas o que está se confirmando cientificamente e é cada vez mais pesquisado em termos de saúde é o que a Bíblia já nos ensina há muito tempo. Ter paz com Deus e segui-lO de todo o coração é melhor do que “espertos” conselhos humanos acerca de aptidão física com que nos defrontamos diariamente e que movem um mercado milionário. “Não sejas sábio aos teus próprios olhos”.

Tanto dinheiro é gasto com vitaminas, suplementos alimentares, dietas e terapias. Nem sempre isso é necessariamente mau, mas podemos nos perguntar se uma vida no temor de Deus não traria proveito maior para o corpo, a alma e o espírito. Nesse contexto gostaria de citar a Romanos 12.1-2: “Portanto, irmãos, rogo-lhes pelas misericórdias de Deus que se ofereçam em sacrifício vivo, santo e agradável a Deus; este é o culto racional de vocês. Não se amoldem ao padrão deste mundo, mas transformem-se pela renovação da sua mente, para que sejam capazes de experimentar e comprovar a boa, agradável e perfeita vontade de Deus” (NVI).

Provérbios 4.22 diz acerca dos ensinamentos de Deus: “Porque são vida para quem os acha e saúde, para o corpo”. E Paulo escreve: “Pois o exercício físico para pouco é proveitoso, mas a piedade para tudo é proveitosa, porque tem a promessa da vida que agora é e da que há de ser” (1 Tm 4.8).

4. Lide espiritualmente com as coisas materiais
“Honra ao Senhor com os teus bens e com as primícias de toda a tua renda” (Pv 3.9). Martim Lutero teria dito: “Segurei muitas coisas com as mãos e perdi todas elas. Mas ainda possuo tudo que depositei nas mãos de Deus!”.

“Honra ao Senhor com os teus bens e com as primícias de toda a tua renda” (Pv 3.9).

Provavelmente não existe nada melhor para se reconhecer o que domina numa vida do que a maneira de lidar com suas posses. É o Espírito Santo quem manda, ou é a carne? É o Espírito ou a avareza? É dar ou receber? É doar ou manter? São as primícias ou o restolho? Paulo descreve muito bem como se manifesta a direção do Espírito em coisas materiais no testemunho que dá acerca das igrejas da Macedônia (das quais fazia parte também a igreja de Tessalônica), dizendo que os crentes de lá deram até “acima de suas posses” “não somente fizeram como nós esperávamos, mas também deram-se a si mesmos…” (veja 2 Co 8.1-8).

Os tessalonicenses tinham se convertido radicalmente a Jesus Cristo. Paulo diz que seu testemunho era bem conhecido e todos sabiam que eles haviam se convertido dos ídolos para se voltar para Deus e para servi-lO, e que viviam na expectativa da volta do Senhor (1 Ts 1.9-10). Bem se vê que dessa grande virada fazia parte a conversão de suas carteiras, uma vez que a avareza também é idolatria (Cl 3.5).

William MacDonald escreve acerca do comportamento de muitos cristãos de hoje: “Admitindo que uma piedosa busca pelo lucro tenha a ver com a bênção de Deus, nos rebaixamos a ponto de adorar o dinheiro”.[1] Randy Alcorn traz um exemplo muito impressionante do quanto são passageiras as coisas que muitas vezes nos custam tanto dinheiro:

Como podemos transmitir a nossos filhos de forma direta e convincente todo o vazio do materialismo? Tente levá-los a uma excursão por um ferro-velho ou a um aterro sanitário. Isso pode se tornar um verdadeiro evento familiar. (As filas são menores do que nos parques de diversões, a entrada é franca e os meninos adoram!) Mostre-lhes todas as montanhas de “preciosidades” que um dia foram presentes de Natal ou de aniversário. Mostre coisas que custaram centenas de reais, coisas pelas quais seus filhos brigaram, coisas que destruíram amizades, que sacrificaram a honestidade e fizeram casamentos desmoronar. Mostre a eles a miscelânea de braços e pernas e restos de bonecas, robôs enferrujados e aparelhos elétricos jogados fora depois de uma breve vida útil. Mostre-lhes que a maioria das coisas que uma família possui, cedo ou tarde, acabará num lixão igual a esse. Leia 2 Pedro 3.10-14 onde está escrito que tudo se queimará no fogo. E então faça a impressionante pergunta: “Se tudo o que possuímos acaba jogado aqui, inútil e estragado, o que podemos adquirir que permaneça por toda a eternidade?”.[2]

Outra pessoa se expressou assim: “Todo bem material pode ser transformado em um tesouro que dura para sempre porque tudo o que dermos a Cristo se torna eterno”. Talvez pouparíamos muito dinheiro na oficina mecânica, na reforma da casa ou em outras despesas, se seguíssemos a regra de buscar em primeiro lugar o reino de Deus e a Sua justiça. Dar é melhor que receber, diz a Bíblia, e essa máxima continua plenamente válida.

5. Aceite a disciplina

“Filho meu, não rejeites a disciplina do Senhor, nem te enfades da sua repreensão. Porque o Senhor repreende a quem ama, assim como o pai, ao filho a quem quer bem”
(Pv 3.11-12).

“Filho meu, não rejeites a disciplina do Senhor, nem te enfades da sua repreensão. Porque o Senhor repreende a quem ama, assim como o pai, ao filho a quem quer bem” (Pv 3.11-12). Esses versículos também são mencionados em Hebreus 12.5ss. e Apocalipse 3.19, sempre em imediata relação com o amor do Pai celestial. Disciplina e repreensão podem servir a propósitos diversos.

A disciplina divina pode ser uma medida para levar as pessoas a se converter a Jesus. Muitas só percebem que precisam de Deus e se abrem para Ele quando estão em apuros.

Disciplina também pode ser uma medida contra o pecado, para corrigir um filho de Deus, para conduzi-lo ao arrependimento e protegê-lo de cair.

Existe a possibilidade de o Senhor fazer uso do recurso da disciplina ou da advertência para que a graça de Deus se manifeste ainda mais abundantemente. Isso aconteceu com o apóstolo Paulo em 2 Coríntios 12.7ss., onde vemos que ele foi protegido da soberba, sofrendo para que se mantivesse humilde. Deus se agradava de Paulo e queria mantê-lo nessa condição; para tanto, usou do recurso de permitir coisas desagradáveis em sua vida.

Não devemos colocar a disciplina e a admoestação sempre no mesmo nível do castigo e da ira de Deus que nos açoita. O texto acima não diz que Deus disciplina alguém de quem Ele não se agrada, mas é justamente o contrário que acontece: Ele disciplina o filho a quem quer bem. Nesse tipo de disciplina, o que está em ação é a pedagogia amorosa do Pai celestial perfeito, é a correção prática para nos manter no caminho e para nos levar adiante, já que Ele tem um alvo maravilhoso preparado para nós.

6. Seja prudente
“Filho meu, não se apartem estas coisas dos teus olhos; guarda a sabedoria e o bom siso” (Pv 3.21). Com esse conselho espiritual, Salomão tinha em mente o que acabara de dizer. Ele havia falado da preciosidade da sabedoria divina. Por Sua sabedoria Deus criou e manteve os céus (vv.13-20). Assim, a sabedoria divina está subjacente a todas as coisas da vida – incluindo a salvação por Jesus Cristo, como já sabemos. Portanto, somente nos resta uma conclusão: a sabedoria divina, que vem de Sua Palavra e é inspirada pelo Espírito Santo, é a melhor sabedoria que alguém pode alcançar e que deveria almejar antes de qualquer outra coisa.

Mais do que nunca, são necessárias pessoas aptas a dar bons conselhos, que com tato e amor tomem os outros pela mão para conduzi-los a Jesus e à vida eterna.

Deus tornou louca a sabedoria deste mundo porque ela está voltada apenas para o aqui e agora e não para a eternidade. Em contrapartida, Deus faz uso da “loucura da pregação” para salvar os homens (veja 1 Co 1.20-21). O Santo Espírito de Deus mostra que mesmo a “loucura” de Deus (que na realidade não existe) ainda é muito superior à sabedoria deste mundo. Nós, cristãos, não devemos nunca perder de vista essa perspectiva, especialmente diante das milhares de opções que o mundo nos oferece. A supremacia e a superioridade da sabedoria divina deveriam nos nortear sempre.

Um conhecido psicanalista, psicoterapeuta e médico disse: “Em mais de mil horas de análise, com a ajuda do analista, tentei me transformar e me realizar… Meu alvo principal – conseguir amar profundamente, de verdade – não foi tocado nem de leve. Somente quando me abri para o amor de Deus senti que me tornei capaz de amar de forma desapegada” (Dr. Markus Bourquin).

7. Seja generoso

Devemos ajudar a quem realmente precisa. Não devemos dar sem razão, mas fornecer suporte efetivo para quem de fato necessita.

“Não te furtes a fazer o bem a quem de direito, estando na tua mão o poder de fazê-lo. Não digas ao teu próximo: Vai e volta amanhã; então, to darei, se o tens agora contigo” (Pv 3.27-28). Isso nos lembra das palavras de Jesus: “Dá a todo o que te pede; e, se alguém levar o que é teu, não entres em demanda” (Lc 6.30).

Uma das mais gratas lembranças que tenho de Wim Malgo, o fundador da nossa missão, era sua generosidade e sua alegria em dar e ajudar. Onde ele via alguma necessidade, reagia prontamente e ajudava, e o Senhor o abençoou muito.

Vez por outra ouve-se dizer que é tolice emprestar alguma coisa para um pobre, já que ele não poderá devolver o empréstimo. A Bíblia nos ensina que devemos contar com essa possibilidade, e ajudar mesmo assim. Pois segundo os versículos 27 e 28, três coisas devem ser observadas:

“Não te furtes a fazer o bem a quem de direito…” Devemos ajudar a quem realmente precisa. Não devemos dar sem razão, mas fornecer suporte efetivo para quem de fato necessita.

“…estando na tua mão o poder de fazê-lo.” Devemos ajudar de forma a manter a visão do todo e na medida do que podemos suportar materialmente. Não faz sentido servir de fiador ou doar tanto a alguém ou a alguma organização a ponto de nós mesmos ficarmos necessitados. Não é correto emprestar e depois pedir emprestado.

“Não digas ao teu próximo: Vai e volta amanhã; então, to darei, se o tens agora contigo.”Onde podemos ajudar, deveríamos fazê-lo logo e não deixar nosso próximo esperando pelo cumprimento da nossa promessa. Ajuda não deve ser negada nem protelada com desculpas piedosas (veja Tg 2.15-16).

8. Seja sincero
“Não maquines o mal contra o teu próximo, pois habita junto de ti confiadamente. Jamais pleiteies com alguém sem razão, se te não houver feito mal” (Pv 3.29-30). Esse conselho é especialmente significativo na convivência familiar, por exemplo no casamento, com os pais, os sogros, os parentes que moram na mesma casa. Perfídia, inveja, intriga, fofoca, acusação… tudo isso repugna ao Espírito Santo. Obviamente essa regra espiritual também se aplica à convivência na comunhão da igreja. O Novo Testamento diz: “Se possível, quanto depender de vós, tende paz com todos os homens” (Rm 12.18).

9. Tenha discernimento

Se um pedaço de ferro pudesse falar, o que diria? Ele diria: ‘Eu sou escuro, eu sou frio, eu sou duro’. Bem verdade! Mas coloque esse pedaço de ferro no fogo e espere um pouco, até que o fogo tenha demonstrado seu poder. O que ele diria agora? A escuridão se foi, o frio se foi, a dureza se foi, o ferro passou por uma transformação.

Muitos cristãos admiram o sucesso dos que o conseguiram por meios ilícitos ou duvidosos, invejam suas conquistas, sua influência e seu reconhecimento. Também olham para personalidades duvidosas do mundo do cinema ou da música e desejam um naco de sua “sorte”. Nos filmes e na televisão, essas celebridades são heróis, mas vivem cometendo adultério, trocando de parceiro, praticando violência, enganado os outros ou falando contra Deus.

William MacDonald escreve: “Nos tornamos vítimas entusiasmadas de programas televisivos imbecis … De bom grado permitimos ser ‘prensados dentro do formato deste mundo’ (Rm 12.2), assumimos sua maneira de falar, de se divertir e de pensar”.[1] Não deveríamos admirar a prosperidade daqueles que não buscam um relacionamento com o Senhor Jesus,“porque o Senhor abomina o perverso” (v.32) e “as más conversas corrompem os bons costumes” (1 Co 15.33; veja também Fp 3.18-19).

Lemos sobre os nove aspectos do fruto do Espírito: “Mas o fruto do Espírito é: amor, alegria, paz, longanimidade, benignidade, bondade, fidelidade, mansidão, domínio próprio. Contra estas coisas não há lei. E os que são de Cristo Jesus crucificaram a carne, com as suas paixões e concupiscências. Se vivemos no Espírito, andemos também no Espírito. Não nos deixemos possuir de vanglória, provocando uns aos outros, tendo inveja uns dos outros” (Gl 5.22-26).

Muitos podem estar se perguntando como se transforma isso em prática de vida. C.H. Spurgeon nos fornece uma boa diretriz nesse sentido:

Se um pedaço de ferro pudesse falar, o que diria? Ele diria: ‘Eu sou escuro, eu sou frio, eu sou duro’. Bem verdade! Mas coloque esse pedaço de ferro no fogo e espere um pouco, até que o fogo tenha demonstrado seu poder. O que ele diria agora? A escuridão se foi, o frio se foi, a dureza se foi, o ferro passou por uma transformação. Mas se esse pedaço de ferro pudesse falar, com certeza não iria louvar a si mesmo, uma vez que ferro e fogo são duas coisas bem distintas. Se ele pusesse se gloriar, iria se gloriar do fogo, que o transformou em um material bem diferente. – Assim, em mim mesmo eu sou escuro, frio e duro; mas quando o Senhor toma posse de minha alma, quando Seu Espírito penetra em meu coração e fico repleto do Seu amor, então vai embora tudo que é tenebroso, toda a dureza e toda a frieza, e mesmo assim a honra não cabe a mim, mas ao Senhor que fez a obra.

Quem se entrega incondicionalmente ao Senhor experimentará transformação.
Norbert Lieth – Chamada.com.br

Israel: o Maior Sinal do Fim dos Tempos

Apesar dos surpreendentes e espantosos acontecimentos experimentados nestes dias, o maior de todos os sinais do fim dos tempos – e, contudo, o menos enfatizado – é o retorno do povo judeu à Terra Prometida e a fundação do Estado de Israel.

O testemunho de Charles Spurgeon

É necessário olharmos mais meticulosamente para o restabelecimento dessa nação à luz das profecias.

No decorrer do tempo, foi pequeno o número de servos do Senhor que O seguiram de todo o coração e aos quais foi dada a capacidade de reconhecer os acontecimentos futuros.

Charles Spurgeon foi uma dessas pessoas. Antes de Israel voltar a tornar-se uma nação, quando aparentemente era impossível que os judeus retornassem para a Terra Prometida, Spurgeon ensinou que isso aconteceria, exatamente como se lê em Ezequiel 36 e 37:

O significado desse texto bíblico, conforme o contexto revela, é muito evidente. Diante do significado dessas passagens, haverá primeiro uma restauração política dos judeus em sua própria terra e um retorno à sua própria identidade nacional. Em segundo lugar, existe no texto e em seu contexto uma declaração muito clara de que haverá uma restauração espiritual, uma real conversão das tribos de Israel ao Senhor.

Eles haverão de gozar de uma prosperidade nacional que os tornará famosos; mais ainda, serão tão gloriosos que Egito, Tiro, Grécia e Roma esquecerão sua própria glória à luz do grande esplendor do trono de Davi. Se as palavras têm significado real, este deve ser o sentido desse capítulo.

Eu jamais quero aprender a arte de distorcer o significado que Deus atribuiu às Suas próprias palavras. Se a Bíblia diz algo de maneira clara e cristalina, então é isso mesmo que devemos entender. O sentido literal e o significado dessa passagem – que não podem ser negados nem espiritualizados -, deixam claro para nós que tanto as duas quanto as dez tribos de Israel serão restauradas em sua própria terra, e que um rei governará sobre elas.

O anelo de Israel pela paz

Analisemos o desenvolvimento progressivo que está acontecendo e que conduzirá Israel a uma união com a “nova ordem mundial” dominada pela Europa. Apesar dos constantes conflitos, vemos Israel procurando a paz com seus inimigos, não por terem adotado uma nova filosofia que os faz amar uns aos outros, mas pelo anseio por uma paz negociada.

Muitos em Israel estão fascinados com a possibilidade de viver em paz com seus vizinhos árabes. Eles acham que essa paz realmente poderá ser alcançada. Mas a Bíblia diz:“Quando andarem dizendo: Paz e segurança, eis que lhes sobrevirá repentina destruição, como vêm as dores de parto à que está para dar à luz; e de nenhum modo escaparão” (1 Ts 5.3).

Israel: o objeto da profecia

Fazemos bem em compreender que os sinais do final dos tempos dados pelo Senhor sãoespecificamente direcionados a Israel. Quando Jesus explicou os eventos dos tempos finais a Seus discípulos juntamente com os sinais que aconteceriam antes de Sua volta, Ele endereçou essas palavras ao povo de Israel.

Temos duas características muito claras mencionadas em Mateus 24, que identificam esse povo:

1. “Então, os que estiverem na Judéia fujam para os montes” (v. 16). Isto é uma referênciageográfica, e não diz respeito à Igreja de Jesus Cristo. Se vivemos nos Estados Unidos, no Canadá, na Europa, ou em outras partes do mundo, não somos conclamados a fugir para as montanhas da Judéia, pois as palavras foram dirigidas aos “que estiverem na Judéia”.

2. Além disso, Jesus está mencionando um motivo de oração: “Orai para que a vossa fuga não se dê no inverno, nem no sábado” (Mt 24.20). O sábado foi dado apenas aos judeus. Lemos nas Sagradas Escrituras, com relação ao sábado: “Tu, pois, falarás aos filhos de Israel e lhes dirás: Certamente, guardareis os meus sábados; pois é sinal entre mim e vós nas vossas gerações; para que saibais que eu sou o SENHOR, que vos santifica” (Êx 31.13).Portanto, Israel é o grande sinal dos tempos do fim para os gentios e para a Igreja!

O antigo pecado de Israel

Quais os objetivos de Israel para o futuro? Hoje a nação de Israel está sendo confrontada com seu antigo pecado, com o pecado que cometeu como nação. Há quase 3500 anos o povo de Israel já estava na Terra Prometida. Deus havia cumprido tudo o que prometera a eles com relação à entrada na terra, mas Israel recusou-se a ser o povo escolhido por Deus, negou-se a ser uma nação singular e diferente, e deixou de fazer Sua vontade.

Deus identificou a razão mais profunda dessa rejeição ao dizer que o povo de Israel simplesmente não queria que Deus o governasse. Eles rejeitaram abertamente as palavras de Deus ditas através de Moisés: “Porque sois povo santo ao SENHOR, vosso Deus, e o SENHOR vos escolheu de todos os povos que há sobre a face da terra, para lhe serdes seu povo próprio” (Dt 14.2). Que promessa tremenda! Israel deveria estar acima “…de todos os povos que há sobre a face da terra”.

Através da História sabemos que muitas nações têm procurado sobrepor-se a todas as outras nações. Hoje isso é muito evidente nos Estados Unidos. Os americanos consideram que os EUA são uma nação especial. A maioria dos americanos reivindica que os Estados Unidos são a maior nação da história do mundo. Muitas nações antes deles cometeram o mesmo pecado, mas a poeira de suas ruínas testemunha contra elas.

Uma nação santa de cristãos

Quem somos nós cristãos? A resposta está em 1 Pedro 2.9: “Vós, porém, sois raça eleita, sacerdócio real, nação santa, povo de propriedade exclusiva de Deus, a fim de proclamardes as virtudes daquele que vos chamou das trevas para a sua maravilhosa luz”.Nós, a Igreja de Jesus Cristo, também somos um povo eleito. Somos uma geração escolhida. Somos uma nação santa. Mas essa nação santa não pode ser comparada ou identificada com quaisquer nações políticas, como os Estados Unidos, o Canadá, a França, a Inglaterra, a China ou outra nação do mundo. Essa nação santa habita entre as nações do mundo, e cada membro dessa nação santa é conhecido pessoalmente pelo próprio Senhor.

Tudo indica que essa nação santa está prestes a se completar, e quando isso acontecer, quando o último dos gentios for agregado à Igreja, seremos arrebatados pelo nosso Senhor, para estarmos em Sua presença por toda a eternidade!

O clamor de Israel por um rei

O anseio rebelde de Israel em tempos antigos, ao pedir um rei ao profeta Samuel para ser “como as outras nações” (veja 1 Sm 8.5-7), não desapareceu simplesmente. Ao contrário, ele atingiu seu clímax 1000 anos mais tarde. Em João 19.15 está escrito: “…Não temos rei, senão César!” Todo o peso da afirmação dos antepassados, refletindo o desejo de serem parte da família das nações, de serem como qualquer outro povo, atingiu, então, a realização: “…Não temos rei, senão César!” Israel ainda será confrontado com essa afirmação quando as nações da terra se ajuntarem para batalhar contra Jerusalém!

Os passos de Israel rumo à paz

Parece que a única solução em relação à Terra Santa é seguir o rumo de uma paz negociada. Apesar dos confrontos com os palestinos, finalmente não restará outra alternativa. A possibilidade do aumento de comércio através das fronteiras dos países é muito tentadora, e não há dúvida de que a economia de Israel continuará a crescer fortemente.

Essas expectativas positivas jamais mudarão a Palavra Profética. Jesus disse: “Eu vim em nome de meu Pai, e não me recebeis; se outro vier em seu próprio nome, certamente, o recebereis” (Jo 5.43). Israel está a caminho de se tornar parte integrante do último império gentílico do mundo e aceitará o anticristo.

Apenas quando compreendemos esses acontecimentos pelo prisma espiritual, podemos começar a entender o que está ocorrendo no mundo político, econômico e religioso. Com isso em mente, iremos compreender melhor o desenrolar dos eventos políticos no mundo de hoje. Se não tivermos conhecimento dos resultados finais, poderemos ser facilmente levados pelo entusiasmo da falsa paz que será anunciada.

O anticristo: o mestre do engano

Quando a Palavra de Deus identifica a obra do anticristo, lemos em 2 Tessalonicenses 2.7-11: “Com efeito, o mistério da iniqüidade já opera e aguarda somente que seja afastado aquele que agora o detém; então, será, de fato, revelado o iníquo, a quem o Senhor Jesus matará com o sopro de sua boca e o destruirá pela manifestação de sua vinda. Ora, o aparecimento do iníquo é segundo a eficácia de Satanás, com todo poder, e sinais, e prodígios da mentira, e com todo engano de injustiça aos que perecem, porque não acolheram o amor da verdade para serem salvos. É por este motivo, pois, que Deus lhes manda a operação do erro, para darem crédito à mentira”.

Esse texto bíblico deixa dois pontos bastante claros: primeiro, a obra do anticristo será bem-sucedida através do engano e, segundo, a rejeição à oferta do amor de Deus (Jo 3.16) é o motivo pelo qual as pessoas crerão numa mentira.

Por essa razão, mais do que nunca devemos gravar em nossas mentes e em nossos corações aquilo que o Senhor Jesus ensinou a Seus discípulos: “É como um homem que, ausentando-se do país, deixa a sua casa, dá autoridade aos seus servos, a cada um a sua obrigação, e ao porteiro ordena que vigie. Vigiai, pois, porque não sabeis quando virá o dono da casa: se à tarde, se à meia-noite, se ao cantar do galo, se pela manhã; para que, vindo ele inesperadamente, não vos ache dormindo. O que, porém, vos digo, digo a todos: vigiai!” (Mc 13.34-47).

Arno Froese é o Diretor-Executivo da Obra Missionária Chamada da Meia-Noite nos Estados Unidos. Realiza várias conferências anualmente nos EUA e edita as revistas “Chamada da Meia-Noite” e “Notícias de Israel” em língua inglesa. Arno Froese é autor dos livros: “A Misteriosa Babilônia de Saddam”, “Rumo ao Sétimo Milênio”, “O Arrebatamento” (em língua inglesa) e “Como a Democracia Elegerá o Anticristo” (disponível em português).