Ao comerem, estejam prontos para sair: cinto no lugar, sandálias nos pés e cajado na mão. Comam apressadamente. Esta é a Páscoa do Senhor. Naquela mesma noite passarei pelo Egito e matarei todos os primogênitos, tanto dos homens como dos animais, e executarei juízo sobre todos os deuses do Egito. Eu sou o Senhor! O sangue será um sinal para indicar as casas em que vocês estiverem; quando eu vir o sangue, passarei adiante. A praga de destruição não os atingirá quando eu ferir o Egito (Êx 12.11-13, ênfase do autor).

Purificado e Preservado pelo Sangue Inocente
Nenhuma polêmica na história do homem fica mais in¬tensa do que a esquentada polêmica sobre o sangue de Cristo. O sangue sempre fez mal àqueles que têm peca¬dos a encobrir e um desejo rebelde a proteger, mas poucos imaginaram que se tornaria um caso de ofensa entre tantos nas igrejas dos Estados Unidos e da Europa! O problema é que o sangue não apenas salva o arrependi¬do, mas ataca e condena o hostil. Jamais será popular entre os amantes da religião e os que popularizam a “divindade por meio da mais alta expressão humana e evolução social”.
Muitas igrejas e teólogos respeitados dos “melhores seminários” chegaram à conclusão de que o sangue es¬tava “não estava com nada” e que era o “evangelho social fácil, leve e untado de graça” que estava “com tudo” no final da década de 1800. A mensagem do “sangue” simplesmente ofendia os sentimentos de um número considerável de membros cultos na congregação.
A solução aceita foi trocar a mensagem desconheci¬da do sangue por mensagens mais agradáveis que enfocassem os aspectos mais positivos dos ensinamentos de Jesus. A cruz como um símbolo de bondade era aceitável para exposição nos altares das igrejas, estantes que serviam de apoio para livros e sinais da igreja sobre a relva – contanto que ninguém trouxesse à tona os de¬talhes sanguinolentos da paixão do Senhor no Calvário.
Não! Devemos ficar assustados com uma igreja sem Cristo, sem cruz e sem sangue. Esta seria a “igreja per¬feita” para Satanás, mas nada faria em favor de alguém que descendeu de Adão. Quer seja considerado politica¬mente correto, socialmente aceitável ou um suicídio ministerial, deve existir um altar que seja símbolo da morte e do sacrifício cruento da carne, se quisermos salvação e poder.
A maioria de nós não quer morrer, mas a morte é necessária àqueles que querem viver. O Cordeiro ensanguentado não deixou espaço para discussões ou auto justificação:
E quem não toma a sua cruz e. não me segue, não é digno de mim. Quem acha a sua vida a perderá, e quem perde a sua vida por minha causa a encontra¬rá (Mi 10.38,39).
Parece que ficamos com medo de nos tornarmos muito “ensanguentados”. Os líderes da igreja têm co¬mentado entre si: “Se pudermos tratar desta ‘coisa de salvação’ sem mencionar o sangue, se pudermos fazê-lo o mais indolor possível, seremos muito mais populares.” Lamento, mas não há como evitar o sangue.

Veja também Mateus 16.25, Marcos 8.35 e Lucas 9.24; 17.33
Para Viver, Você Tem de Encontrar um Altar e Morrer
A verdade, como a liberdade, nunca é vencida de forma conclusiva. Ela tem de ser disputada por gerações posteriores. Não haverá vitória sem guerra. O caminho da cruz é um caminho de sangue. Devemos nos lembrar de que ele foi um caminho manchado de sangue antes de tornar-se um caminho de glória. Não, querido amigo, se quiser viver, você tem de encontrar um altar e morrer. Uma cruz está à sua espera do outro lado.
A presença do sangue remonta ao momento após a queda de Adão no jardim do Éden, quando o próprio Deus derramou o primeiro sangue para cobrir o pecado de Adão e Eva. Ele matou um animal inocente para pro¬ver uma veste ou expiação para Adão e Eva. O sangue do inocente pelo culpado foi necessário. Daquele dia até hoje, o homem tem tido uma teologia integrada em que, sem o derramamento de sangue, não há remissão do pecado (veja Hb 9.22).
Deus revelou um novo e indescritível segredo sobre o sangue quando planejou o êxodo dos filhos de Israel da escravidão do Egito. Ele revelou uma nova propriedade do sangue dos inocentes na última praga que usou para dobrar a vontade de Faraó e punir o Egito pelos maus – tratos infligidos à família de José. Este segredo é à base da observância da Páscoa dos judeus e o funda¬mento de nossa salvação em Cristo. As pragas que fizeram o Egito tremer não conseguiram abalar a obstinada determinação de Faraó de manter os hebreus sob eterna escravidão. Isto levou o Egito à última e pior praga de todas. O tempo do êxodo de Deus estava próximo, e a justiça não mais esperaria. O Senhor falou com Moisés e ordenou que todas as famílias israelitas em Gósen (a desprezada região de pastores habitada por israelitas) sacrificassem um cordeiro sem defeito e passassem seu sangue com um feixe de hissopo nas ombreiras e vergas das portas de suas casas. As ordens de Deus foram simples: Permaneçam em casa e fi¬quem sob o sangue.2 Deus Disse: “Quando Eu Vir o Sangue…”
Então, Deus explicou que naquela mesma noite o Anjo da Morte passaria por toda a terra do Egito para matar os primogênitos de todas as casas. A única coisa que os salvaria da morte certa era o poder do sangue de um cordeiro.
Então, ele disse: “Quando eu \ir o sangue, passarei adiante…” (Êx 12.13b).
Esta é a origem do termo páscoa. Toda casa que não estava coberta pelo sangue sofreu a morte de seu primogênito. Não há explicação para isso. A linguagem humana é insuficiente neste ponto. Entretanto, há algo sobre o sangue do cordeiro que atrai Deus. Ele o estimula e libera seus maiores pensamentos, emoções e poder. Se você quer poder com Deus, força para o homem poder contra Satanás, tudo isso vem pelo sangue do Cordeiro.                                                                                              2. Veja Êxodo 12.1-22.e                                                                                                                                                                                                        É interessante observar que o Anjo da Morte era um anjo de Deus, mas nem ele podia atravessar a linha de sangue. Se o anjo de Deus não podia atravessá-la, quão mais intransponível seria essa barreira para um agente do inferno? Há poder no sangue.

Verificamos três benefícios específicos propiciados pelo sangue do cordeiro em Êxodo 12:
1 O sangue os protegeu.
2 O sangue os libertou.
3 O sangue os purificou de sua antiga história no Egito.
O Anjo da Morte passou pelos israelitas por causa do sangue aplicado nas ombreiras e vergas das portas de suas casas. Nada levou Faraó a submeter sua vontade a Deus até que o sangue foi derramado. O sangue salvou os arrependidos e condenou os hostis. “Colocou em liberdade os cativos” em uma única noite.
Pelo Sangue, por meio da Água, Sob a Nuvem, Saciados com o Cordeiro
A instrução de Deus incluía o mandamento que dizia que os israelitas deviam comer todo o cordeiro sacrificado e o pão sem fermento enquanto se preparavam para o êxodo. Isso significa que os israelitas saíram do Egito pelo sangue, por meio da água (do mar Vermelho), sob a nuvem (da presença de Deus a guiá-los) e saciados com o cordeiro que foi morto. Não se engane: A mensagem do capítulo 12 de Êxodo é tão relevante para nós hoje quanto foi para os israelitas há muito tempo. Se quisermos ser libertos da escravidão do pecado, seremos livres pelo sangue derramado de Jesus, por meio da água do batismo, sob a nu¬vem da glória de Deus e saciados com o Cordeiro cujo corpo foi partido por nós. Há poder no sangue!
O cordeiro sacrificado ainda oferecia a cura sobre¬natural e restabelecia a saúde dos israelitas. A libertação deles prefigurou grande parte daquilo que Cristo fez na cruz. O salmista declarou que não houve um enfermo entre a multidão de até três milhões e meio de pessoas 3 ! Pense em uma cidade deste tamanho nos Estados Unidos sem um único caso de problema na coluna, dor de cabeça, artrite, câncer ou incapacidade em virtude de membros deformados ou do mau funcionamento de músculos e sistemas nervosos? Você crê na Bíblia? Quando chegou o momento de saírem do Egito, todos os descendentes de Abraão saíram da sombra da escravidão no Egito pelo poder do sangue do cordeiro e seguiram curados e libertos porque passaram pela porta que leva-vá a marca do sangue.
Você consegue imaginar o que aconteceu quando veio a ordem para os israelitas se prepararem para sair do Egito? Você não acha que alguém disse: “O que faremos com o vovô? Ele está tão encurvado que não consegue atravessar a sala, que dirá sair do Egito”! Neste momento, eles ouviram uma voz em alto tom que disse: “Estale! Estale! Estale!”, e, então, lá vem o vovô andando aprumado e pronto para partir! Meu amigo há poder no sangue.
3. Veja Salmos 105.37
Os Enfermos Dançaram entre as Ombreiras Manchadas de Sangue
Você pode imaginar o que aconteceu com aqueles que sofriam com membros atrofiados durante a vida toda? Quando veio a ordem: “Vão!”, de repente, eles sentiram ondas de energia passar por seu corpo, e o poder desceu sobre seus membros subitamente apruma¬dos e restaurados. De repente, eles foram curados! Aquelas pessoas não saíram andando do Egito! – elas dançavam pelo caminho entre as ombreiras molhadas de sangue, rumo à liberdade. Há poder no sangue.
A primeira Páscoa, no Egito, começou com uma estranha ordem do Senhor; entretanto, algo relacionado ao sacrifício daqueles inocentes cordeiros era tão pre¬cioso para Deus que seu Filho recebeu seu nome de algo que aconteceu lá. A instrução era matar um cordeiro e aplicar seu sangue derramado nas ombreiras e vergas da porta de todas as casas. Ao ler as Escrituras, você observará que, se a família fosse extremamente pequena ou pobre para oferecer um cordeiro, ela poderia dividir um cordeiro e seu sangue com um vizinho.
Você não se alegra por podermos repartir o Cordeiro? O interessante é que o inverso não era verdadeiro. Não se exigia que famílias maiores matassem mais cordeiros – o sangue de um cordeiro era suficiente, quer fosse para cobrir uma família de cinco ou 50 membros. Um cordeiro era suficiente.
Mesmo antes de sobrevir à última praga com a chegada do Anjo da Morte, cada uma das pragas enviadas contra o Egito parecia confirmar a presença de uma divisão não perceptível, invisível, entre o Egito e os filhos de Israel. Quer fossem as pragas de rãs ou gafanhotos, os egípcios foram assolados enquanto os israelitas permaneceram ilesos. Em nenhum momento, esta “linha divisória” ficou mais visível do que na última noite em que os israelitas passaram sob a escravidão do Egito, à noite em que o Anjo da Morte foi solto contra aqueles que os mantinham cativos. Embora os israelitas permanecessem protegidos e seguros sob a proteção do sangue, os gemidos e gritos de famílias egípcias, cujo coração estava sendo partido, encheram a terra de fronteira a fronteira. Esta linha divisória é quase inexplicável, exceto pelo fato de que há poder no sangue.
Aqueles que Mantinham os Israelitas Cativos Viram-nos Espalhar o Sangue nas Ombreiras de Suas Portas
Até vir a praga, os israelitas provavelmente eram alvos de risos dos egípcios. Quando o sol se pôs naquele fatídico dia, os egípcios que moravam mais próximos aos israelitas devem ter dito entre si: “O que aqueles judeus dementes estão aprontando desta vez?”, quando os viram aplicar o sangue nas ombreiras das portas sob a luz que se desvanecia. Entretanto, séculos de miséria espiritual, física e mental chegaram ao fim naquela noite. Em uma questão de horas, as portas da prisão abriram-se e gerações nascidas em escravidão foram libertas.
Deus usou uma única palavra para descrever a importância do sangue daqueles cordeiros no Egito na primeira Páscoa.
Ele disse: “O sangue será um sinal [ou vestígio] para indicar as casas em que vocês estiverem” (Êx 12.13a).
Um “vestígio” e uma pequena parte, um sinal ou um símbolo de algo muito maior. Se o menor vestígio do sangue de um cordeiro fez o que fez, o que o verdadeiro sangue não faz após o Calvário? Deus quer que descubramos.
Será que estamos vivendo sob nosso privilégio? Será que realmente entendemos quanto o inimigo teme o sangue de Jesus? Quantas vezes encontramo-nos à mercê do inimigo porque não ativamos o poder do sangue e o usamos pela fé? Quantos sofrimentos desnecessários padecemos porque não cremos no sangue nem exercemos a fé no seu poder? Há poder no sangue – se o percebemos e o aplicamos em nossa vida.
Até o poder da visão altiva do profeta Isaías parecia vir de um altar com um sacrifício de sangue. O profeta mencionou uma brasa viva de um altar que tinha o poder de remover a iniquidade e purificar o pecado. No ano em que o rei Uzias morreu, Isaías ficou a contemplar o trono vazio do rei quando, ao que parece, ergueu os olhos e viu um trono mais alto, que jamais ficou vazio. A visão do profeta foi transportada da terra para as regiões celestiais, e ele declarou: “Eu vi o Senhor assentado num trono alto e exaltado, e a aba de sua veste enchia o templo” (Is 6.1b).
Esta também é uma fonte secreta de poder. Cada um de nós deve, antes de mais nada, ver o Senhor “em um trono alto e exaltado” sobre todos os potentados, heróis, campeões e tronos da terra. À medida que prendermos nossa atenção e afeição no Senhor exaltado, algo do céu começará a mudar nossa visão e transformar nossas palavras.
Enquanto Você Exalta ao Senhor, o Céu é Colocado em Evidência
O profeta disse que, quando viu Aquele que estava no trono, os anjos do céu começaram a agir e um Serafim de seis asas voou até ele. Se você quiser pôr os principais querubins, o Serafim e todos os outros anjos na hierarquia celestial em ação, concentre seus olhos no senhorio de Jesus. Enquanto você exalta ao Senhor, o céu é colocado em evidência. Se quiser que o céu, os anjos e tudo que Deus tem se movam em sua vida, erga seus olhos e veja o Senhor em um trono alto e exaltado. Glorifique-o, e o céu irá visitá-lo.
O Serafim que voou até Isaías trazia uma brasa tira¬da do altar com uma tenaz. Quando consideramos toda referência e menção bíblica que vincula altares a iniquidades e pecados de homens, apenas um tipo de altar parece ter a função de expiação, ou seja, de remover a iniquidade e purificar o pecado. Seria possível que esta brasa viva trazida por um anjo fosse de um eterno altar do sacrifício, de bronze, um altar eternamente aspergido com o sangue do Cordeiro sacrificai de Deus que foi morto antes da fundação do mundo?
A Vitória Começa em um Altar de Fogo, Manchado de Sangue
Se este era de fato um altar de bronze (literal ou figurativamente), então era um altar onde o sangue respingava sobre as brasas ardentes, porque se tratava de um altar de sacrifício cruento. A vitória começa em um altar de fogo, manchado de sangue. Ainda que você veja o Senhor em um trono alto e exaltado, deve também ver o sangue e o fogo do altar do sacrifício.
Você pode ou não concordar com esta interpretação da visão de Isaías, mas Deus não desperdiça palavras. Em seu plano divino, sem o derramamento de sangue não há remissão (veja Hb 9.22). Isaías clamou em uma confissão visível de pecados, temendo por sua vida porque sua carne não-redimida havia visto a glória do Senhor. Precisava que seus pecados fossem removidos, e sua indignidade, coberta. Necessitava do sangue de alguma forma, e talvez a brasa do altar fosse uma brasa manchada de sangue de valor inestimável.
Talvez esta explicação não lhe seja satisfatória, mas temos de concordar que é perigoso para os homens chegar ao fogo antes de chegar ao sangue. De acordo com o livro de Levítico, os sacerdotes do Antigo Testamento tinham de tirar o excesso de sangue de certos sacrifícios de animais antes de arrastarem a carcaça do animal pelo altar. Mais uma vez, é possível que nos sintamos ofendi¬dos, mas já fomos longe demais para voltarmos atrás. Os sacerdotes, embora vestidos de branco, tinham de manchar de sangue aquele altar de cima a baixo e em todos os lados antes de acenderem o fogo. Ofensiva ou não, esta é a mensagem alto e bom som para todo cris-tão ou igreja que busca com sinceridade o reavivamento hoje: Não há atalho em torno do Calvário que leve ao Cenáculo.
NÃO HÁ ATALHO EM TORNO DO CALVÁRIO QUE LEVE AO CENÁCULO.
O apóstolo Paulo deixa para cada um de nós esta ordem: “Portanto, irmão, roga-lhes pelas misericórdias de Deus que se ofereçam em sacrifício vivo, santo e agradável a Deus; este é o culto racional de vocês” (Rm 12.1). É preciso que o eu seja queimado. A oferta viva deve ser colocada sobre um altar de fogo e presa ali, sem ter como fugir. A mensagem de Deus sempre foi uma mensagem de sangue, em primeiro lugar, e depois de fogo. Esta é a ordem divina de progressão. Você jamais terá êxito, a menos que, primeiro, manche de sangue, em algum lugar, o altar. Apresente sua carne diante de Deus e faça uma viagem pessoal em direção ao Calvário. Identifique-se com o Cordeiro de Deus que lá morreu.
Considere revelado o princípio do milagre no modo como os sacerdotes certificavam a cura de leprosos entre os israelitas. Quando finalmente era purificado, o leproso tinha de ir ao sacerdote elevar com ele dois pássaros. O sacerdote despejava água em uma bacia, matava um dos pássaros e deixava que o sangue da ave se misturasse à água. Em seguida, amarrava o pássaro vivo a um pedaço de madeira e a um feixe de isopor, usando um pedaço de linha vermelha. Por fim, o pássaro vivo era imerso ou “batizado” no sangue e na água pelas “mãos firmes da lei” representadas pelo sacerdote.
Liberto pela Morte de Outro
No mesmo instante, o pássaro trêmulo e assustado era levado para um campo aberto onde era libertado tudo isso por causa da madeira, do isopor, da linha escarlate, do sangue e da água. O pássaro era libertado por causa da morte de outro pássaro de sua espécie. Ficava livre das garras da escravidão e da Lei.
A água é parte da liberdade. No passado, estávamos presos e amarrados pelas garras do pecado e do árduo trabalho eclesiástico. Não tínhamos esperança, até que o sangue, a água e um Substituto revogaram nossa sentença de morte. Não foi por acaso que, no momento em que um soldado perfurou um dos lados de Jesus na cruz, uma mistura de sangue e água apareceu.
Embora estivéssemos trêmulos e assustados nas mãos da Lei, cada um de nós pode dizer com segurança: “Com um velho pedaço de madeira do Calvário, com a linha escarlate do meu pecado e culpa, com o isopor de minha purificação, e ainda jorrando o sangue e a água de meu batismo do lado de Cristo, fui levado para um campo aberto e libertado!” Por uma boa razão, o Cordeiro de Deus declarou: “Portanto, se o Filho os libertar, vocês de fato serão livres” (Jo 8.36).
Aqueles que querem acender suas chamas na casa de Deus devem lembrar que toda chama do tabernáculo dos antigos tinha de ser acesa com o jogo do altar de bronze ou manchado de sangue. Do contrário, era “fogo estranho”, e fogo estranho é mais perigoso para o homem do que a falta de fogo. Certifique-se de que não está acendendo suas chamas sobre outra coisa que não seja o altar manchado de sangue do Calvário. Não aceite nada que não seja o poder do sangue em sua vida!
O sangue de Cristo é vital para a vida e vitalidade da Igreja. Simplesmente não podemos permitir que sejamos “melindrosos” ou “civilizados” quando o assunto é o sangue. O autor de Hebreus exclamou: “Quanto mais o sangue de Cristo, que pelo Espírito eterno se ofereceu de forma imaculada a Deus, purificará a nossa consciência de atos que levam à morte, para que sirvamos ao Deus vivo!” (Hb 9.14).
Tome o Caminho Manchado de Sangue que Leva ao Propiciatório
Somente o sangue de Cristo pode purificar-nos de “atos da carne que levam à morte”. Este sentimento de estagnação em nossa vida e obra cristã poderia ser conseqüência de nossa falta de conhecimento sobre o caminho manchado de sangue que leva ao propiciatório? Confie na Palavra de Deus. Você irá com entusiasmo a Cristo se permitir que o sangue dele remova aquela velha insensibilidade e estagnação. Quando encher-se do sangue do Cordeiro, você finalmente será como o pe¬queno pássaro que se livrou da escravidão e da morte para experimentar a verdadeira liberdade.
É tempo de encontrarmos um lugar no altar manchado de sangue e identificarmos-nos com o Cordeiro de Deus. É aqui que renovaremos nossa experiência com Ele em oração. As orações são respondidas por meio do sangue. Ele ainda pode destruir pragas, deter demônios e colocar uma linha divisória entre o santo e o profano, o contrito e o orgulhoso.
Devemos acabar com as pragas criadas por nossas murmurações e letargia, por nossos caminhos obstina¬dos e falta de interesse. É tempo de morrermos para o eu e vivermos em Cristo; é tempo de sermos batizados no sangue purificador de Cristo e na água do Espírito Santo em um antigo altar da oração. Devemos peregrinar até a cruz e dizer diante do Senhor: “Eu aceito tudo que seja de Deus. Renego tudo que não seja de Deus. Coloco todas as coisas sob o sangue do Senhor Jesus Cristo.”
O autor de Hebreus declarou:
Portanto, irmão, tem plena confiança para entrar no Santo dos Santos pelo sangue de Jesus, por um novo e vivo caminho que ele nos abriu por meio do véu, isto é, do seu corpo. Temos, pois, um grande sacerdote sobre a casa de Deus. Sendo assim, aproximemos-nos de Deus com um coração sincero e com plena convicção de/é, tendo os corações aspergidos para nos purificar de uma consciência culpada, c lendo os nossos corpos lavados com água pura (I Ih. 10.1-22, ênfase do autor).
O caminho do sangue, a passagem da cruz, não é um caminho sem vida. Diferente das igrejas que o homem tem edificado usando o modelo da Lei e os caprichos humanos, a verdadeira Igreja não é um caminho de exigências penosas e tradições. O Cordeiro foi mor¬to, o sangue foi derramado, e o “véu” da carne de Cristo foi rasgado.
Foi-nos dito que, quando Jesus morreu, o véu do templo rasgou-se ou partiu-se para permitir a entrada de todos no Santo dos Santos. Um estudo meticuloso sobre os utensílios do tabernáculo revela que eles sempre foram descritos do Santo dos Santos para fora. É possível que este seja um símbolo da vontade de Deus de alcançar a humanidade, e não de a humanidade alcançar Deus?
Talvez o sacrifício cruento de Cristo no Calvário não tenha sido tanto uma forma de abrir o Santo dos Santos para todos quanto uma maneira de Deus dizer: “Deixe-me sair desta pequena caixa religiosa. Deixe-me ir até onde o povo está. Não tenho mais satisfação na adoração e comunhão íntima de um único homem uma vez por ano. Estou atrás de um povo, um reino de reis e sacerdotes…”. Talvez esta seja a razão pela qual o livro de Apocalipse fale desta forma sobre Jesus Cris¬to, o Cordeiro:
Foste morto, e com teu sangue compraste para Deus gente de toda tribo, língua, povo e nação. Tu os constituíste reino e sacerdotes para o nosso Deus, e eles reinarão sobre a terra (Ap 5.9b,10).
O lado ferido de Jesus está aberto. O sangue e a água vazaram, e você tem um convite para caminhar pela ferida até chegar ao coração de Deus.
Ser do Mesmo Sangue Foi Algo que Agraciou a Entrada Dele…
Há cerca de 20 anos, uma reunião muito importante foi convocada na sala de diretoria de uma grande organização eclesiástica. As questões em pauta eram vi¬tais, e as discussões, estritamente confidenciais. O presidente do conselho explicava alguns pontos importantes quando, no meio do processo, a porta que levava à sala, de repente, se abriu.
Como isto poderia ter acontecido? Quem quer que fosse, essa pessoa teve de passar pelo obstáculo de uma secretária experiente e um assistente administrativo controlador, atravessar duas portas e subir um lance de escadas para chegar à sala de reunião. A secretária não havia interrompido a reunião pelo telefone, nem o as¬sistente administrativo havia entrado na sala para pedir autorização para esta intrusão.
Quando a porta se abriu, todo o olhar voltou-se para uma criança de quatro anos que, com confiança, atravessou a sala, ignorando por completo o rosto de todos, exceto o de um homem. Quando os pequenos braços ergueram-se, o presidente rapidamente segurou seu neto nos braços e deu-lhe o abraço que ele esperava. Quando soube que seu “vovô” estava lá em cima em uma reunião, esse garotinho apertou os passos, passando por todos os obstáculos. Você sabe o que aconteceu? A reunião foi interrompida, e o avô deu-lhe toda a atenção. Ser do mesmo sangue algo que agraciou a entrada dele. As demais coisas passaram a ser secundárias em termos de importância no momento em que o neto do autor, Shane, recebeu seu abraço.
Não importa o que Deus esteja realizando – regendo o universo, sustentando as estrelas ou pintando galáxias; contudo, quando um de seus filhos lavados no sangue abre a porta que leva à sala do trono para conversar com o Papai, os anjos abrem caminho. Ele nos reconhece como seus filhos e tem-nos dado o direito conquistado com o sangue de andar pela ferida do Cordeiro em direção ao seu coração. Que fonte maior de poder poderíamos pedir?

Extraido do  Livro: Fontes Secretas de Poder  Capitulo 6  T. E TENNEY e TOMMY TENNEY